NESTA NOITE...
Nesta noite, seguro um monte de pedrinhas...
Em minhas mãos, são beijos, que vêm com teu carinho...
São pedrinhas comuns, bem pequeninas...
Para mim, porém, são mais preciosas que diamantes,
Os mais puros, sem jaça, e de maior quilate;
Ou mais preciosas do que as verdes esmeraldas
Vindas de ignoto chão...
Minhas pedrinhas são comuns, são tão modestas
Como todas as coisas de Valor...
São lembranças das nossas lembranças...
Elas me trazem todo o teu sorriso
E a lembrança de um momento lindo
Em que estavas tu em mim
E eu em ti... Éramos "um"...
Nesta noite eu beijo estas pedrinhas
Que me trouxeste de um lugar distante...
Pedrinhas tão comuns... Mas tão preciosas!
Tu as trouxeste porque de mim lembraste...
Não me desfaria delas
Por dinheiro algum...
São o meu sonho
De quando eu era o "teu sonho"
E eu mergulhava em teu olhar risonho
E te carregava todo dentro de mim...
Nesta noite as lembranças são imensas...
Mas pararam de doer!...
O que não significa, em momento algum,
Que eu possa te esquecer...
Nesta noite trago estrelas em minhas mãos...
Brilham, trazem luz ao meu caminho,
E Paz ao coração...
Trago beijos, trago abraços,
Releio poemas, revivo metáforas
Que, de beleza, fizeram-me Imaginação...
Leio paráfrases de belas poesias...
E leio outras, tuas, que escreveste para mim
Em tua inspiração,
E me enviaste por meio da tecnologia
Colocada a serviço do Amor...
Diminuindo distâncias
E amenizando a dor...
Nesta noite eu sou rica: tenho jóias
Que me são de valor inestimável
Transmudadas em pedras pequeninas
Que cabem todas em minha mão...
(Do mesmo modo que tu cabes todinho
No meu coração...)
Há um momento, nesta noite,
Em que a compreensão supera
A dor da saudade de uma ausência...
O que é o tempo?...
O que é distância?...
Quem pode separar um grande amor?...
Um amor que é feito de doação...
Como doadas com amor
Foram as pedrinhas... que seguro em minha mão...
Vieram de longe... E com tanta significação!...
Aguardo outras lembranças deste tipo...
Porque o Valor está na doação
E no que estas significam
Em nosso coração...
Nesta noite, abraçada às pedrinhas,
Durmo em paz, porque sou Sonho, Ilusão...
Me alimento da realidade das pedrinhas
Que são a prova que vivi... e não foi em vão...
Trago-as sempre, amenizando a solidão...
Que importa se não tenho?... Eu já tive...
Que importa se não está?... Já foi comigo...
Que importa se não vem?... Está presente
Pois foi amante, foi irmão e foi amigo...
Nesta noite a minha dor é calma...
Como calma ao teu lado eu me aninhava...
Quem pode apagar as estrelas?
(Ou nos impedir de vê-las?...)
Alguém apaga o luar
Ou seca as vagas do mar?
Todas são tentativas vãs...
Não se consegue vencer o Invencível !
Ou matar o que não se permite
Deixar-se morrer...
Há algo que é feito de Infinito...
É completude!...
Nesta noite, não mais há solidão.
Há uma doce e suave nostalgia
De saber que não se amou... em vão!...
...........................18 mar 2008................