NOSSA OFERTA...

É noite...

Escura...

Medonha...

Esquálidas vozes se fazem ouvir.

Gemidos... Quem ouve?...

O vento os repete,

O vento, o vento...

Quem ouve?... Quem ouve?...

– São Ais!...

Na campa tão fria,

Funéreos segredos,

Incluem degredos,

Saudades de amor...

São mortos sozinhos...

Que noites imensas terão de dormir!...

Que pálidos sonhos haverão de fruir?...

Aos mortos, as corujas piam...

São doces afagos...

Aos mortos,

A Lua de prata

Fornece visões...

Sonhares antigos

Mortiças janelas

Dos seus Casarões...

Aos mortos a oferta:

Desprezo e... saudade?...

Saudade terão?

Alguém sentirá?...

Aos mortos...

Só o ostracismo...

... sem recordação!...

e os grandes mausoléus

se perdem na noite

encoberta por véus...

as campas retratam

os dramas da vida:

as juras mentidas

em doce ilusão...

Por isto lhes faço

Esta homenagem...

A todos os mortos

Sem recordação!...

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ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 06/04/2008
Código do texto: T934429
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