Encharcados
Chuva vasta, cabeleira aguada
Quem é que passa?
Morena foi molhada, alma lavada
Que gingada!
Poça dágua, prenúncio de ser ensopada, sapatada na calçada
Covinha no queixo é minha estrada
Capa é transparente, frio não se sente
Anda calmamente
Esbarrou no seu Clemente
Sujeito previdente, não se esquece de olhar pra frente
Sorriso alargado por tantos dentes
O olhar foi meticuloso, invadiu o tecido glamoroso
Aquela silhueta feminina, não será prêmio de outro ...
A sua idade ... Fardo doloroso!
Sacrilégio seria não querer, não desejar
A morena é como santa adorada no altar?