Culpado
Culpado.
Pois que fomento o tormento
Que no relento me vindes
Verdugo de mim mesmo, sou
Eis o paradoxo
Pois é por te amar e desejar
Te querer e não lograr
Que sofro
Padeço mas eis que não me afasto.
Não posso, sou o culpado.
Teu amor já me foi provado.
Mas, a valentia de espírito que me era abundante
Míngua quando te contemplo.
Pois tu és tão formosa quanto a flor mais mimosa.
Tão bela que diante de ti coro.
Resigno-me, então
A esperar ansiosamente que vinhas a mim
E o estorvo permanece, assim, martirizando-me.