MÃE PARECE ÁRVORE DO CERRADO...

Mãe parece árvore do cerrado...

Mãe parece árvore do cerrado...

Agora quando abro os olhos

vejo uma mulher meio cansada.

... E nem Deus tem piedade dela.

Não suaviza seus desgostos,

nem diminui a carga sobre ombros...

Parece que dela

não se lembra mais,

nem suas preces Ele ouve.

Somente a deixa viver

para mostrar que é o todo poderoso...

Deixa-a largada no mundo.

Talvez para compreender

o quanto as mães são fortes.

O quanto resiste aos desgostos da vida.

Sempre com grandeza de alma e paciência.

Mãe parece árvore do cerrado...

resiste seca, se retorce toda,

enfrenta fogo, escurece as cascas,

mas não tombam nem perecem.

O tronco pode até ficar feio e ferido

Mas no topo florescerá sempre verde...

Mãe, mesmo cansadas continuam a ser

O que elas sabem tão bem ser: mãe.

Nós, os filhos, continuamos alucinados

e indiferentes a esta doce figura.

Para a mãe, oferecemos sempre

menos do que poderíamos.

Mãe sente a própria dor e a dos filhos,

Sente a dor do marido e a dos outros.

Passa noite acordada rezando

e esperando filho voltar de festa.

Mãe parece que não se cansa nunca.

Mãe resiste sempre e não fraqueja.

Mãe deve ser uma parte de Deus

Que caminha pela terra para deixá-la

Mais dócil. Mãe não se explica.

Não se compreende. Como falou o poeta,

Mãe devia ser eterna e não morrer jamais.