Gozo simples, amor vago

Amanhã não tem lua, não tem sol,

não tem amor,

a paixão morreu enquanto dormia,

os fantasmas tomaram conta de você,

continuo impaciente, então espero,

é assim minha maluca solidão.

Sou a meia-noite inteira,

sedento, ardendo de abandono e amor,

preciso envolver meu corpo,

te segurar ao redor como asas de pássaros,

com os sonhos aprender a voar,

em um minuto, depois, nunca mais voltar.

Logo vai a madrugada, o sol levanta,

acordo dos meus desejos tanto sonhados,

a lembrança do sorriso me perturba,

movimento todos os músculos do coração;

descontrolado, não te sinto, não te vejo,

algumas fantasias não se vão, as vontades ficam.

Não quero o depois da paixão,

preciso de delicadeza, dos tantos carinhos,

mãos, beijos, abraços, línguas,

noite inteira, não metades de noites,

a pele não esfria no meio, o tesão não vai,

o amanhecer tem que ser suave, forte, vivo.

Busco as portas, as entradas para sair,

não quero paixão pálida e solidão rubra,

procuro sentimentos, outros, novos, sensíveis,

meus olhos ainda estão entreabertos para o amor,

quero habitar, ser prisioneiro, seu, da paixão,

ainda sinto o gozo simples e o amor vago.

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 01/01/2006
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