DESNEXO
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DESNEXO
Tuas mãos deslizam rios caudalosos.
Espanto de um dia comum, sublime,
Em verso inebriante te venero.
Arco-íris cavalga neblina.
Final de outono, distraída e pensativa,
Cadernos rabiscados sem poesia,
Não percebo a lua nova em entrelinhas,
Nem consigo matar o sonho nascedouro.
Ante o fascínio de tua magna presença,
Desmorono. Um gerânio ao vendaval,
Despetalei-me com tua brisa matutina:
Quis ver os montes da saudável solitude,
Rasgar ternuras, fechar os olhos-janelas...
Assaltou minh'alma súbita calma conformada.
E na estrada tardia, serei a mesma:
Incorrigível... Escancarada!
Ana Wagner
* Para W
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