O POETA DA TUA ALMA

A tua alma está sofrida, ela precisa de amparo;

Ser vista muito além de sua amargura, e do ardor de sua ferida;

Requer um toque carinhoso, almeja um beijo apaixonado;

A tua alma aguarda um coração aberto, pra ser sua porta de saída!

Ela é suave qual veludo, tem a ternura de uma brisa;

Mas não foi vista e nem ouvida, foi objeto de descarte;

Ela é a arte esculpida, que sob o céu a Terra abriga;

Mas que o inferno conheceu, quando incompreendeu-lhe a outra parte!

Eu ouço os gritos de teu silêncio, eu vim em nome de tua paz;

Sou tradutor de teu olhar cristal, e sou a sombra que te acolhe;

Não se escolhe o advento do temporal, nem mesmo somos quem o faz;

Mas te protejo da tormenta, quando em meus braços te recolhes!

Gravo em meu peito o teu encaixe, e por teus seios tanto suspiro;

Porque aspiro ser mais que amigo, já que visito os teus recônditos;

Se estão atônitos os átrios teus, deixa tua alma morar comigo;

Se estão perdidos os teus ouvires, eu silencio os teus estrondos!

Vem velejar no meu amor, e diz adeus ao calabouço;

Pois ouço a queda em teu olhar, de cada pranto dolorido;

Meu alarido a te chamar, tatua um beijo em teu pescoço;

Pra demarcar o meu selar, de que pra sempre eu sou contigo!

É como a luz perante a sombra;

É qual vulcão que se aquieta;

Tu podes perecer, sob o terror que te assombra;

Ou podes ser amada, por um homem de verdade - teu poeta!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/04/2008
Código do texto: T930960
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