Gosto de carne

Trava-me à boca

uma tal saliva amarga

resto do teu beijo,

angústias relembradas!

Dissolve-me qualquer fastio

e eu acho que é doentio

lembrar-me de lembrar-te.

Atraem-me tantas outras carnes,

as que quero,

as que nem posso

mas tudo n’alma me alvoroça

e rogo ao sentimento tê-las

e no fim de tudo eu vejo estrelas

saindo do meu peito

e enchendo as noites dos meus versos.