O PÃO DO AMOR

O meu amor está com fome e já começa a se queixar;

Ele reclama da mesa vazia, que tanta fartura já conteve;

Não se conforma a essa sala de espera, em que jamais esteve;

E de rações fingidas, ele não quer se alimentar!

A doçura do olhar que lhe foi apaixonado, já não saboreia mais;

Por trás dessa instabilidade, há uma gritante necessidade;

Fome de amor, que não se sacia com sopas de piedade;

Posto que as bandejas ofertadas agora, se mostram vazias demais!

O meu amor, que já esteve farto, hoje se vê subnutrido;

Ele protesta por afeto e sente o aroma da paixão que já não chega;

Um caloroso abraço traz alívio ou mesmo um sorriso que seja;

E se contorce pela cama: sofreguidão que jamais houvera sentido!

O meu amor quer pão, porque precisa sobreviver;

Não pede mais do que já teve, nem quer a mais do que mereça;

Quer ser amado por quem ama, quer ser ouvido e que lhe veja;

O meu amor quer devorar o teu amor, para se robustecer!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/04/2008
Reeditado em 06/07/2009
Código do texto: T929723
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