Nosso jogo
Teu frágil corpo
de magra gata
procurava seu jogo
no banco da praça.
Teu jogo de menina imortal
nos pátios do mundo.
Teu jogo que é meu jogo
em teu corpo de loiro pêssego.
Teu jogo em meu corpo acordado
por um verão portenho.
Tuas pernas em meu regaço
sobre o banco da praça.
Nosso lábio em dança culminante
de nosso ritual de encontro.
Esgrimimos os olhares
em luta passional.
E floresce de teus peitos
esse sonho de uma noite de verão.
Guillermo Abraham
São Paulo, 15 de junho de 2003