Nosso jogo

Teu frágil corpo

de magra gata

procurava seu jogo

no banco da praça.

Teu jogo de menina imortal

nos pátios do mundo.

Teu jogo que é meu jogo

em teu corpo de loiro pêssego.

Teu jogo em meu corpo acordado

por um verão portenho.

Tuas pernas em meu regaço

sobre o banco da praça.

Nosso lábio em dança culminante

de nosso ritual de encontro.

Esgrimimos os olhares

em luta passional.

E floresce de teus peitos

esse sonho de uma noite de verão.

Guillermo Abraham

São Paulo, 15 de junho de 2003

Guillermo Abraham
Enviado por Guillermo Abraham em 03/04/2008
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