HOJE EU QUERO TE AMAR ASSIM (4° DIA)

HOJE EU QUERO TE AMAR ASSIM (4° DIA)

®Lílian Maial

No chuveiro,

gotas escorregando macias,

brincadeira de montanha-russa,

caem do rosto, suavemente,

para os ombros fortes,

para o peito,

os biquinhos tímidos,

para o ventre peludo.

Ah! Esse contato com o corpo molhado,

esse bailar da água na pele,

esse desejo líquido,

a descer pelas coxas,

a formar poças sob os pés fincados,

despencados da nascente do rio torto.

Hummm... quem resiste ao apelo,

à imagem ofuscada pelo vapor,

ao contorno insinuado dos quadris,

ao perfil tão bem talhado nas sombras?

Não há barreiras, não há blindex,

Não há paz, nem recato,

Só há o pejo,

O saborear,

O olhar...

Não há frestinhas nesse banho,

colado o corpo,

livres as mãos,

a boca busca,

falo,

encaixe perfeito,

o nome é um grito,

um vulto bonito,

na parede.

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