OCASO DO JURAR

Jurei

Que em meu rosto não haveria pranto;

Que nos meus sonhos só haveria encanto;

Que minh’alma, pura, me faria santo.

Jurei

Que um sorriso largo eu traria no rosto;

Que viajaria, mas não de mosto;

Que feliz seria, sem nenhum desgosto;

Jurei

Que meus devaneios escassos seriam;

Que de mim os algozes não mais ririam;

Que ignoraria os que a mim feriam;

Jurei

Que seria forte e tenaz;

Que me daria o amor, de onde jaz;

Que em meu peito haveria paz;

Jurei

Que meu canto acalmaria multidões;

Que minha voz despertaria paixões;

Que meu olhar traria ilusões.

Jurei

Que minha vereda não se faria de espinho;

Que a esperança seria meu caminho

Que em meu leito nunca estaria sozinho;

Jurei

Que seria o mais puro;

Que traria luz ao escuro;

Que meu destino seria assim duro.

Jurei

Que amaria e seria amado;

Que beijaria e seria beijado;

Que sonharia e seria lembrado.

Jurei

Até hoje, que jurar não posso mais.

Escolhi amar.

David Silva
Enviado por David Silva em 03/04/2008
Reeditado em 03/04/2008
Código do texto: T928777