OCASO DO JURAR
Jurei
Que em meu rosto não haveria pranto;
Que nos meus sonhos só haveria encanto;
Que minh’alma, pura, me faria santo.
Jurei
Que um sorriso largo eu traria no rosto;
Que viajaria, mas não de mosto;
Que feliz seria, sem nenhum desgosto;
Jurei
Que meus devaneios escassos seriam;
Que de mim os algozes não mais ririam;
Que ignoraria os que a mim feriam;
Jurei
Que seria forte e tenaz;
Que me daria o amor, de onde jaz;
Que em meu peito haveria paz;
Jurei
Que meu canto acalmaria multidões;
Que minha voz despertaria paixões;
Que meu olhar traria ilusões.
Jurei
Que minha vereda não se faria de espinho;
Que a esperança seria meu caminho
Que em meu leito nunca estaria sozinho;
Jurei
Que seria o mais puro;
Que traria luz ao escuro;
Que meu destino seria assim duro.
Jurei
Que amaria e seria amado;
Que beijaria e seria beijado;
Que sonharia e seria lembrado.
Jurei
Até hoje, que jurar não posso mais.
Escolhi amar.