O funeral de um amor

Não quero fazer nestes versos

Exaltar o amor perdido por você

Lembrar dos beijos e carinhos

E nem dizer que ele veio me valer

Poderia lhe dizer o quão sou infeliz

Ou lhe pedir perdão a ti chorando

Ou ser ruim e lhe chamar de meretriz

Mas de outro modo farei: poetizando.

Não quero enterrar o nosso amor

Com acácias amarelas e violetas lilás

Com as honras de um governador

E nem os tiros de honra de generais

Dissestes que eu não era de confiança

Que não sou aquele de verdadeiro amar

Se depois da tempestade vem a bonança

O preço da liberdade foi nos separar

Se os rumos de vida nos foram feitos

E outro homem vir e a ti satisfazer

Saibas que sou daqueles afeitos

A outra musa mil versos irei fazer

Mas se um dia a tal da saudade bater

Lembrando da virilidade que mostrei

E vires até em meus braços correr

Percas as esperanças elas eu nunca dei.

Oportunidades na vida são poucas

Até em poetizar tenho que aproveitar

A mulheres passageiras são vacas loucas

Doi, mas chega uma hora de sacrificar...

E de versos já falei de ti por demais

Dedicando-te isso num seco sorriso.

Chegará um dia que olharei para trás

Parar e ainda rir alto de tudo isso!