A esmo
Flutuo entre lembranças e o que vejo
nessa real vontade de entender o meio,
é o que me traz o gosto de um passado ausente
Mastigo pedras e as salivas entornam
os raros efeitos do sol escaldante
na pele vermelha pelo frio intenso
e não há tropeços entre os vis escombros
Marcas de unhas na areia branca
(a lua brinca de ondular a praia)
a boca ri da fome corrosiva
que pediu abrigo à poesia errante
A pele esfacelada dói ao vento.
Na lágrima interrompida pelo novo alento
o dente perfura a palavra medo
nada mais há que lembrança a esmo...