Deixei a cigana
Na areia deste deserto teu,
meu suor se espalha
e meus olhos ardem.
Se o vento chega e te beija,
fico com ciúmes dele
e meus desejos choram.
Fica então, cigana, em tua tenda
e hei de ir-me embora
e tanto já me demora o tempo
e tão depressa me chegou esta hora.
Deixo-te meus passos suados
e inda este resto de sol,
que abraça a noite clara desta lua
e esta areia morna, esta rua tua,
que há de levar-me embora.