SERÁ REAL?...
Fadas dançavam, gênios pulavam,
No matagal...
O que estou vendo
Será real?
Será visão
O que estou tendo?
O que será?...
O rufar das asas
Leve e prateadas, das fadas, deixaram-me pasmada...
A beleza dos príncipes,
Belos, garbosos, deixaram-me encantada...
Em cima da pedra grande,
Coberta de limo,
Um duende coroado
Tocava sua flauta
Vasada nos ossos
De um mago altaneiro
Melodia de reis...
As fadas vestiam,
Mil véus transparentes
E esvoaçantes...
Tinham de ouro os cabelos
E os olhos azuis
Ou verdes, do mar...
Cabelos compridos,
Tão longas madeixas
Sempre a rebrilhar...
Havia também,
De negros cabelos
E olhos castanhos,
Nascidas no sul...
Sapatos de ouro,
Brincos de esmeraldas,
Anéis de diamantes,
Pulseiras de prata
Lançando lampejos
De puro rubi...
E a rainha das fadas
A mais linda delas,
Donairosa Armida,
De todas, mais bela,
Destinada a morrer
Quando o orvalho secasse
Porque outra mais bela
Iria surgir...
Ela feneceria
Como seca a flor...
De repente:
Nada!...
As fadas voltaram a ser simplesmente
Paredes do quarto.
– Não era real...
... Como nunca foi real
Por mim, teu amor...
Talvez outra noite,
Apareçam flutuando
E, de novo, venham
Gentis me chamar...
Assim como espero,
No fundo do peito,
Que um dia tu voltes
E venhas me amar...
................................