Tão fugaz e perene

Tão esperado e urgente,

Tão fugaz e passageiro,

Como o calor é perene

de mãos já em abandono

Um barco ao largo do cais

Melhor rimar amor e flor.

Melhor sentí-la presente

Assim bastante, inteira

Que antecipar-lhe a ida

De uma partida em dor, em ais

Ah! Sonhadas noites

das presenças cálidas

Erguidas do nada em tudo

Amparadas por sobre a outra

Voluptuosas auras elétricas

As luzes e fogos tantos

de momentos tornado eternos

da paixão desandaram à sombra

ao frio, à imensidão dos desertos

D'eu sem mais teus encantos

E quando os tive, quando éramos

um, o pouco que soube de mim

era por tuas carícias que sabia

por beijos embriagantes e fragrâncias

das tuas saliências e reentrâncias.