DESAPARECER DE MIM
Acabei de desaparecer de mim
mesmo, deixei meu corpo e pensamentos,
sonhos e todo o desejo de um
ser, em mãos de uma órbita qualquer.
A execução desta ação intempestiva
força a interpretar, que eu, por algum
motivo, perdi a razão, em vista disso
passei a caminhar na contramão...
Desilusão, tristezas, falta de afeto,
solidão, talvez sejam as causas pelas
quais entreguei-me a inércia de
um todo, entreguei-me à vida latente
e aos desvairados suspiros...
Mas, o que ninguém sabe, a
não ser eu, que é difícil suportar
ausências de alguém sempre presente,
receber um sorriso que se encontra
em todo o tempo distante...
É difícil viver em meio a um
vendaval de indiferenças, existir no
torvelinho da poeira dos enganos,
que ofuscam os caminhos que acabam
por levar aos cadafalsos.
Quer eu queria ou não, este
sou eu hoje, castigado por um
rebenque que deixa profundas
estigmas, enigmas da vida para quem
sempre viveu para amar...