A SUA FLOR

Aquela igrejinha estranha
bem no alto da montanha
mexeu com minha curiosidade.
Toda pintada de amarela
não tinha porta nem janela
tinha escrita a palavra saudade.

Num lugar distante e deserto
quem construiu e muito certo
que deixou ali uma recordação.
Talvez , se tratasse de um jazigo
e cheguei a pensar comigo
que ali morasse um coração.

Com aquela tão viva cor
so podia se tratar de amor
que naquele lugar faleceu.
Se tratasse de uma lembrança
por que não a cor da esperança
em homenagem a quem morreu?

Naquela região tão quieta
quem fez aquilo foi um poeta
fechando com ela a sua dor.
E nunca mais ali voltou
de seu jardim nada restou
morreu de saudade, a sua flor.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 29/03/2008
Reeditado em 01/03/2009
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