"A COR"
Ele era engraçado
esse meu namorado.
Um homem como poucos ...
um pouco além dos trinta.
- Meio poeta, meio louco -
essas coisas andam juntas...
Vivia prá suas tintas
entre cores e matizes,
com letras e poesia.
E éramos felizes.
O amor nos corroía:
livre, Eros ria, corria,
e, de nós, ele escorria
no chão de nossa lareira.
Todos sabiam, viam...
todo mundo o conhecia.
E todos os meus dias
tinham cheiro de arte,
em meio a pincéis e vernizes.
Meu cavaleiro alado,
me fazia sua tela
em surpresa boa, bela.
Musa eu era, prenda solta:
- uma presa acesa,
sempre presa,
aninhada, envolta
na teia de seus braços...
- Meu querido pintor,
onde o espaço?
-Onde os laços?
-Onde o amor?
Que fado!!!
Sem você, homem amado,
não tenho mais porquês.
Nas tardes...ah,que dor!
eu sou a pálida tela
que fria espera,
e apenas vela
o nascer de um novo dia
-Absolutamente sem cor.
***************
Silvia Regina Costa Lima
27 de março de 2008
**Tela de nu artístico de Acs
Ele era engraçado
esse meu namorado.
Um homem como poucos ...
um pouco além dos trinta.
- Meio poeta, meio louco -
essas coisas andam juntas...
Vivia prá suas tintas
entre cores e matizes,
com letras e poesia.
E éramos felizes.
O amor nos corroía:
livre, Eros ria, corria,
e, de nós, ele escorria
no chão de nossa lareira.
Todos sabiam, viam...
todo mundo o conhecia.
E todos os meus dias
tinham cheiro de arte,
em meio a pincéis e vernizes.
Meu cavaleiro alado,
me fazia sua tela
em surpresa boa, bela.
Musa eu era, prenda solta:
- uma presa acesa,
sempre presa,
aninhada, envolta
na teia de seus braços...
- Meu querido pintor,
onde o espaço?
-Onde os laços?
-Onde o amor?
Que fado!!!
Sem você, homem amado,
não tenho mais porquês.
Nas tardes...ah,que dor!
eu sou a pálida tela
que fria espera,
e apenas vela
o nascer de um novo dia
-Absolutamente sem cor.
***************
Silvia Regina Costa Lima
27 de março de 2008
**Tela de nu artístico de Acs