CANÇÃO DA VIDA

Tudo oco, tudo vazio,

Paredes nuas, tecto frio,

Boca sem riso,

Amor perdido,

Amor ausente,

Coração destroçado

Por amor qu'ainda sente.

Isolado e triste

Nesta solidão,

Lembro o que sonhei,

Sonho vão...

Morto à nascença

Por realidades mortais,

Soluço no silêncio

Este amor sem igual

Quisera escrever

Quadra imortal

P'ra mais tarde nela ler

Este amor sem igual...

Era feliz,

Vivi meus sonhos!...

Tudo farrapo,

Tudo morto,

Desprezado como trapo,

Arrumado como lixo

Ao canto da estrumeira...

Não sei quem sou,

Não sei quem era,

Hoje, tudo se esfumou

Qual sonho de primavera...

Neste leito nupcial

Onde a noiva não existe,

Não há ódio nem rancor

Há a saudade que persiste

Envolta em solidão

E mergulhada na dor.

Aos socalcos,

Aos solavancos,

De lado para lado

Como os saltimbancos,

Vou sendo arrastado

Com o coração ferido,

Buscando por todo o lado

Esse amor já perdido...

José Rafael
Enviado por José Rafael em 28/03/2008
Código do texto: T920641