A HISTÓRIA DO POETA...
A História do Poeta
Resume-se simplesmente
Em uma única meta: “Sonhar...”
Sonhar que tudo é tão lindo!...
Sonhar que tudo é bonito,
Sonhar amores formosos...
Sonhar que o puro desejo
Está recamado de olores de prata,
Fulgor cintilante...
Amores felizes, que seu fiel amante
Souberam achar...
Sonhar...
Amar...
Versejar...
Amar estrelas de prata que nunca existiram...
-Isso é lindo... mas dói!...
Sonhar é por no papel
Em tão simples frases,
Por vezes sonoras,
Vibrantes, canoras,
Todo o seu amor...
(Quando o seu romance
É todo ele mesclado
Da mais suave dor...)
Se o poeta é pobre
(Porque o Amor é o Ouro do Poeta!)
vive sozinho,
sem carinho ou compreensão
de uma alma que não foi feita
para compreende-lo...
Imensa é a dor do Poeta,
intensa é a sua desilusão...
Atrozes, loucos, sem lógica
são seus amores,
que se destroem e desabam
como Castelos de Areia,
feitos por mãos pequeninas de infante
na beira da praia...
Gigante forte, a onda abalroa
o pobre Castelo...
Tão belos cintilam grãozinhos de areia...
Um monte de sonho
É disperso a flutuar...
É assim o Sonho do Poeta:
Seu Sonho de Amor
É o brilho do sol
Nos cristais da areia da praia!...
Sua vida é sonhar
Erigir um Castelo
Que não será jamais desfeito!
É amar a onda,
Que sempre acabará por destruí-lo!
Estranho...
Não seria feliz se o castelo não fosse
Derrocado pelas ondas, nem se desfizesse
Em milhares de lampejos de luz...
Nem tampouco amaria a onda
Não houvesse ela
Reduzido a pó, a areia, a nada,
Todo o castelo de seu sonho...
O Sonho do Poeta
São como as rendas de Penélope:
Fazer...
... Desmanchar...
... Esperar...
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