Revendo
Revendo meu alfarrábio
Amarelado do tempo que tem.
Veio na mente a lembrança doce de seus lábios
Do primeiro beijo por mim roubado
Que até hoje na boca eu tenho.
É por isso que as vezes eu choro
Ao revirar meu baú muito bem conservado.
Encontrando nele o retrato de quem adoro
E vendo a minha imagem sorrindo a seu lado.
Como não posso viver no passado
O que faço é só suspirar.
Tiro da mente as lembranças
E o retrato volto a gradar.
Quem sabe um dia ainda consigo
Teu rosto de novo beijar.
Passear nas nuvens contigo
Sem o baú precisar revirar.