enquanto voa, eu te espero

ela passa

e deixa no ar

um perfume de desejo

cria um sabor

de queixume

por não ter havido

o beijo

a dar bom dia ao amor

voa

com o olhar perdido

na certeza de uma ilusão

que a vida desfaz

por ser vazia

e cabe na palma da mão

se não há nós

abre a janela

da alma que alumia

se lança a ventania

qual borboleta

na loucura do pensamento

que por breve momentos

tranca o desespero

no sol da alegria

e eu espio e espero

olhando da minha janela

aquela

que eu mais quero