FLOCOS DE NEVE...
Canta o vento ao meu redor
Agita meus cabelos e me transpassa a alma.
Vem, impetuosamente,
Beijar-me a face,
Qual eterno namorado,
Fiel e amante.
Com o vento hibernal
Caem flocos de neve contando das fadas
A quem quer ouvi-los;
Falam de gênios famosos,
Cavalos fogosos
Cavaleiros gloriosos,
Duendes vistosos
E cheios de luz...
Peraltice,
Garrulice – de lindas donzelas
Por nome sereias,
Têm de ouro os cabelos
E os olhos azuis...
São flocos de neve
Contando magia...
As lendas antigas
Sabendo narrar...
Contando de ninfas
Dançantes,
Diáfanas,
Com véus transparentes, delgadas,
Flutuantes,
Com véus esvoaçantes
Feitos de esmeralda
- Que é o limo que existe no fundo do rio...
Contando dos filhos
Nascidos da espuma,
Gentis nenês d’água,,
Criados no seio
Terrível da Uiara,
Aquela que um dia
Foi deusa Tupi...
De estrelas brilhantes
No céu cintilantes
E tremeluzentes
Sempre a rebrilhar...
De mundos fantásticos, gigantes enormes,
De anjos luminosos, com halos de luz...
Enfim... de um pequeno e meigo Jesus...
Contam os flocos
Histórias bonitas a quem quer ouvi-los...
Porém uma história,
Pequena e tão doce,
Com ânsia aguardada e que não acontece,
História que os flocos não podem contar,
Não podem tecer com rocas ou fuzos...
História pequena
Tão doce e singela:
Apenas se aquele
Que o coração meu
Almeja e venera
Dissera – tão pouco! –
Palavras pequenas,
Contudo serenas,
Resumem meu mundo:
– Eu te amo, também!...
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