SOL  EU SOU O TEU ASTRO REI



Era naquela manhã chuvosa de fevereiro,
O dia parecia um dilúvio ou uma tempestade,
Com uma mensagem aberta, fazia-me infeliz,
Estremecendo num mar de tristeza e nostalgia.

O sol até se escondia por trás das nuvens,
E o meu rosto transformava com os olhos,
Na eqüidistância daquele sentimento,
Desfalecendo a alegria vencida no medo.

Olho dentro de mim, e não há retalhos,
Ou pedaços daquele amor que se foi,
Revirando no avesso o que sobrou de mim,
Mágoas laterais que descem como rios.

Oceanos que rebatem na minha face,
Ondas gigantes lançadas sem freios,
Desmoronando o brilho das minhas feições,
Desde o dia que por ti, jurei e te amei.

Eu vou parar essa água salinada,
Pra que não se destrua o que restou de mim,
Único conteúdo vazado nas pálpebras,
No soluço bate em diminuto o meu coração,
Traçando sem querer a verdade da emoção.

Por que me falas com tanto amor-próprio,
Um amor entregue com uma resposta,
Sem haver, contudo uma sequer pergunta,
Pra altíssima e volumosa ingratidão.

Eu vou mesmo deter essa água salinada,
Pra que não se destrua o que restou de mim,
Reconquistando o altruísmo da meiga feição,
Atordoada por ventos débeis, insanos e vis.

O meu coração é tolerante demais,
Pra recolher em baldes o que sobrou,
Desafiando na contagem regressiva,
As horas improdutivas que não se esquece,
Apenas adormecem como uma lição.

Silenciando as batidas ardentes e lagrimosas,
Constrói na calada dos dias e noites,
A eternidade dos meus sentimentos,
Espalhados por todos os horizontes.

Não, não estou preparado e nem mordaz,
Eu... Eu vou continuar a minha trajetória,
Que sempre fiz ao redor do universo,
Iluminando a cor dos teus belos olhos,
Sem nada cobrar, adquirir ou vender.

Continuarei só. Reinando entre todas as constelações,
Afinal de contas, vejo que uma chuva é temporária,
E minha luz sempre foi eterna na escuridão,
Abrindo novos espaços e tirando você da aflição.

Não, não esqueças de olhar o cósmico,
Tu verás quem te ilumina durante o dia,
E aquece na hora do frio em toda a vida,
Sou o tempo e a história que leva alegria.

Sou robusto e inexorável, porém, tenho fraquezas,
Nas moléculas de toda a minha constituição,
Mesmo assim, não me deves nada,
Sou o tempo e a vida, levando amor.

Se um dia precisares de meus raios,
Não te envergonhas de pedir ou suplicar,
Eu sou o império de todas as inclinações,
E farei sempre o teu coração feliz,
Mesmo que tenhas atingido o teu eterno imperador.
ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 27/03/2008
Código do texto: T918416
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