SOMENTE O TEMPO ACORDA INTEIRO

Das achas de lenha escorrem labaredas
Que não conhecem o grito
Nem o vácuo
Do que eu falo
Enquanto me perco de você!

E nas línguas do fogo
Ardem os ramos do alecrim e do anís estrelado
Emoldurando seu rosto de papel
E queimando seu vítreo olhar.

No granito onde me deito
Somente o tempo acorda inteiro e leve
Escondendo a tristeza de me fazer esquecer seu nome.

Tudo se desfez e se calou
Com sua boca!

Só a fumaça silenciosa
Pousando no beiral da minha janela
Consegue apagar estas horas  de, depois do sol
E me dar a certeza de que elas jamais voltarão.

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 26/03/2008
Reeditado em 01/04/2010
Código do texto: T917839
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