A PRIMEIRA VEZ QUE EU AMEI
Quando meus olhos nem sabiam se haveriam de te ver;
Uma mistura em meus sentidos extasiava o meu pensar;
Eu contemplei na tua voz a escultura do meu querer;
E repousei mais cedo pra me obrigar a contigo sonhar!
Eram dias tão confusos, dias das minhas transições;
Na mutação das minhas formas se amoldava o teu desenho;
Acompanhado de minhas acnes e residindo em ativos vulcões;
Meu peito talhado, respingava tua seiva sobre meu lenho!
Eu mal sabia o que sentia e o meu pulsar só te queria;
E vi o mundo desabar no quadro lúdico a despedir-se;
Eu nunca mais, uma folha de ramo impreciso seria;
E pela primeira vez, vi meu homem interior a despir-se!
Então fingia ser menor que meus temores, pra te impressionar;
E foi por ti que a noite conheceu o meu primeiro verso;
A melhor roupa, o ensaio frente ao espelho, flertando teu olhar;
A decisão de te encontrar, mesmo que o assombro pedisse o inverso!
Dias que o tempo emprestou para o deleite do mar;
Tempos em que se deu o meu mais puro e verdadeiro fervor;
Confesso a esse mesmo tempo, que quase nem o vi passar;
E hoje mais vivido, ainda beijo meu primeiro e único amor!!!