A PRIMEIRA VEZ QUE EU AMEI

Quando meus olhos nem sabiam se haveriam de te ver;

Uma mistura em meus sentidos extasiava o meu pensar;

Eu contemplei na tua voz a escultura do meu querer;

E repousei mais cedo pra me obrigar a contigo sonhar!

Eram dias tão confusos, dias das minhas transições;

Na mutação das minhas formas se amoldava o teu desenho;

Acompanhado de minhas acnes e residindo em ativos vulcões;

Meu peito talhado, respingava tua seiva sobre meu lenho!

Eu mal sabia o que sentia e o meu pulsar só te queria;

E vi o mundo desabar no quadro lúdico a despedir-se;

Eu nunca mais, uma folha de ramo impreciso seria;

E pela primeira vez, vi meu homem interior a despir-se!

Então fingia ser menor que meus temores, pra te impressionar;

E foi por ti que a noite conheceu o meu primeiro verso;

A melhor roupa, o ensaio frente ao espelho, flertando teu olhar;

A decisão de te encontrar, mesmo que o assombro pedisse o inverso!

Dias que o tempo emprestou para o deleite do mar;

Tempos em que se deu o meu mais puro e verdadeiro fervor;

Confesso a esse mesmo tempo, que quase nem o vi passar;

E hoje mais vivido, ainda beijo meu primeiro e único amor!!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 26/03/2008
Reeditado em 02/07/2009
Código do texto: T917777
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