Consagração a dois
E sem pedir licença ao teu amor,
invado-te
e beijos nus te dou na madrugada
e ante o sol do meio-dia apenas meus abraços
vestidos na luz do meu comedimento.
Homem sou até demais
quando nossas portas se fecham
e o meu corpo o teu deseja
e entre nós alguma poesia nasce.
Para te amar, licencio-me alegre,
dispo-me das vestes
e apenas te abraço.
Mas o que de mim vier depois,
só entre nós dois aparece.
Não se deve dar ao mundo
o que em um segundo nos acontece
apenas permitido ser visto por nós dois.
Para te amar, eu me amo primeiro
e se te beijo, eu me beijo
e se te adoro eu me consagro.