CENTELHA DO AMOR

Solitário, muita vez, se está, na vida,

A tudo, parece não haver saída

Alguma.

Os dias são os mesmos, sempre iguais,

Esperança... é como não restasse mais

Nenhuma.

Aperta-se-nos, dorido, o pobre coração,

Que sofre a imensa dor da solidão.

Assim, longo tempo vivemos, sem saber

O que nos poderia causar tanto sofrer,

No peito.

E não nos vem à mente alguma idéia,

Acerca dum remédio, u¿a panacéia,

Um jeito.

Buscamos qualquer coisa, o que for,

Que possa dar alívio a tanta dor.

Tentamos explicar porque o destino

Nos há de ter dado, desta dor, o tino,

Por que será?

E seguimos, procurando explicações,

Tentando achar, de tudo, as razões,

Mas não as há.

Tudo é como se não se encontrasse

Nunca, a grande solução a tal impasse.

Até que, um dia, sem mais nem porquê,

Parecemos encontrar algo que nos dê

Alívio à dor.

Chega-nos, vinda não se sabe bem de onde,

Como que uma voz misteriosa que responde

Ao clamor.

Começamos aos poucos a compreender

O porquê de tanto mal, tanto sofrer.

Então, notamos que se dá dentro de nós

Uma mudança, que esse sofrimento atroz

Apaga.

E tal momento sublime é quando amamos,

Quando a amada, com quem tanto sonhamos,

Nos afaga.

Eis que em nosso mais profundo interior

Acendeu-se, enfim a centelha do amor.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 26/03/2008
Código do texto: T916957
Classificação de conteúdo: seguro