INCOERÊNCIAS
Ao apagar das luzes,
sem temer das cruzes
as trevas sombrias.
Ao deparar-se atento
com todo firmamento
de cores e as mãos vazias.
Ao temer o desvario
do morno desafio
que nos toma o sentido.
Ao desafiar a mim mesmo
sou combalido a esmo,
num jogo quase perdido.
Ao desejar o nobre
percebo-me pobre,
alheio e imperfeito.
Ao buscar o marasmo,
sinto-me algo pasmo,
que desafoga o peito.
Ao desafiar o perigo,
estou bem comigo,
e completo me torno.
Ao querer se perpetuar,
vem a morte nos buscar,
nos privando do retorno.
2.005