UMA DELICADEZA

Deixa-me sonhar,

com toda delicadeza

que na aspereza

o tempo esgotará.

Deixa-me delirar,

com toda galhardia,

que a monotonia

não me envergará.

Deixa-me contemplar,

com toda vivacidade,

essa pura verdade,

que quer me espantar.

Deixa-me pensar,

com toda mansidão,

as agruras do coração,

podem se desmanchar.

Deixa-me vislumbrar,

com toda magnitude,

as sandices da virtude,

e as indas e vindas.

Deixa-me amparar,

com as mãos vazias,

os limites da fantasia,

em horas infindas.

2.005