CURVAS SINUOSAS

Depois que provei o gosto

amargo da desventura por viver longe do meu afeto,

estou quase alcançando o topo da ternura

de novo....

Foi um tempo sofrido, de dias

curtos e noites longas, sempre

escutando as pisadas compassadas de um

relógio perdido na madrugada.

E ali, no retorcer do corpo para conciliar

o sono, o ensurdecedor silêncio

ressuscitando passagens com o fito

único, de maltratar o que tive de mais sagrado.

Tudo desfeito, cada um carregando

suas bagagens repletas de

contrariedades, tudo porque não

soubemos colear as curvas sinuosas, como

fazem as águas em um leito de pedras....

Mas eu gostaria que soubesses

que eu ainda te amo, e para que nunca digas

que não falei de flores, vamos

convocar o tempo e pedir pra

nós algum tempo, quem sabe ele nos

atenda, e na próxima estação que sucede

o inverno, as nossas mãos estejam novamente entrelaçadas.

Wil
Enviado por Wil em 24/03/2008
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