CURVAS SINUOSAS
Depois que provei o gosto
amargo da desventura por viver longe do meu afeto,
estou quase alcançando o topo da ternura
de novo....
Foi um tempo sofrido, de dias
curtos e noites longas, sempre
escutando as pisadas compassadas de um
relógio perdido na madrugada.
E ali, no retorcer do corpo para conciliar
o sono, o ensurdecedor silêncio
ressuscitando passagens com o fito
único, de maltratar o que tive de mais sagrado.
Tudo desfeito, cada um carregando
suas bagagens repletas de
contrariedades, tudo porque não
soubemos colear as curvas sinuosas, como
fazem as águas em um leito de pedras....
Mas eu gostaria que soubesses
que eu ainda te amo, e para que nunca digas
que não falei de flores, vamos
convocar o tempo e pedir pra
nós algum tempo, quem sabe ele nos
atenda, e na próxima estação que sucede
o inverno, as nossas mãos estejam novamente entrelaçadas.