Brilho tens no teu olhar
Brilho tens no teu olhar,
faz do meu seu escravo,
ali estava eu um desesperado,
só para te ver passar.
Mirar bem minha bela e doce paisagem,
Olhar teu corpo bamboleante,
punha-me docemente estonteante,
Eras para mim uma miragem.
Teu corpo não podia desfrutar,
deslocavas meu campo de visão,
tal era a sofreguidão
com que te seguia com o olhar.
Eras minha maliciosamente,
sem tu o saber ou querer,
mas eu te desejava ardentemente,
dava aspecto que ias desaparecer.
Mas entretanto teu caminho seguias,
pior era, que ignoravas ali estar,
via-te fugir com tuas curvas esguias,
seguindo teu belo corpo, e esse teu lindo olhar.
Alberto M. de Campos