Cárcere
Eu tenho um amor em cárcere,
Uma lira fora do sistema.
Que não grita no vazio,
Desconhece o esquema.
Subverte e contesta...
Sai pela fresta.
É amor sentenciado
Pelo triunfo de valores necrosados.
Anarquista,
Verborrágico – talvez num sentido trágico.
Esparramado, indecente
Sujeito de sangue quente.
Um sentimento “arretado”,
Que vezes se vê desolado...
Embolado, embolado
Em seu cubículo
Imenso.
Desidratado, abstrato...
Porém, amor de fato:
Não é foto... é retrato
Há muito já revelado!