Voando pelas nuvens dentro,
Voando pelas nuvens dentro,
tentando nelas te embarcar,
com versos de encantar,
pensamentos foram como vento.
Fossem eles como vento,
depressa deviam te encontrar,
Diriam com um lamento,
Este homem quer-te amar.
Como o vento não são,
como o vento não voam,
resta-me a pura ilusão,
que minhas lamúrias entoam.
Disso murmuram os antigos,
louco deve estar encerrado,
para não apanhar castigos,
deve estar também amordaçado.
Dado como louco fujo,
Do povinho me escondo,
Serei vagabundo todo sujo,
encaram-me com algum assombro.
Serei sombra, mas sou humano,
tenho honra do que fui,
sem causar qualquer dano,
meu sangue ainda flui.
Flui por mim e por ti,
Por isso embarquei nas nuvens,
fugia de mim, para te encontrar ali,
pois não eramos mais jovens.
Alberto M. de Campos