Diga!
Se te perguntarem de mim...
Diga que fui ingrata... Que parti...
Que infernizei teus dias, feri tua alma,
Que jamais o fiz feliz... Ou entendi!
Diga que fui o teu desespero, tua insônia...
A única culpada das tuas pesadas penas...
Que tuas noites não tinham beleza, calor!
Que a minha consciência me condena!
Que em teu peito deixei cicatrizes profundas,
Que eu era fútil, fria, vaidosa... Arrogante!...
Que tomei posse da tua vida, da tua liberdade,
Que fui perversa... Uma ave errante!
Diga... Diga tudo quanto quiser!
Maldiga quando me conheceu e amou!
Deite pelas costas momentos lindos e felizes...
Diga que nunca... Desejou-me ou amou!
Aparte da tua existência a minha figura,
Tire o gosto do meu beijo em outra boca!
Navegue em sonhos maiores, perfeitos!
Bem sei... Será esta a tua fuga louca!
Mesmo assim... Permanecerei serena...
Arrasada por dentro é verdade, mas altiva!
Convicta do lugar que conquistei, ocupei...
Mesmo que me destrate, serei tua brasa viva!
A que chegou na hora exata... Fez-te sorrir,
Embalou tuas noites com mil sonhos e fantasias,
Que te cobriu de mimos... Mil beijos... Afagos...
E que tanto te amava... Desejava... E queria!...
Diga... Diga tudo que bem entender!...
No silêncio do teu quarto... Serei saudade!
A lembrança teimosa... Da paixão excitante,
Nosso amor seguirá pela cruel eternidade!
Mary Trujillo
30.11.2007