UMA PÁGINA EM BRANCO
Aos meus Amores
UMA PÁGINA EM BRANCO
E uma vontade premente
De a preencher
Com carinhos íntimos e infinitos
Que eu faço por esquecer
Pois
Uma página em branco
É sempre um desafio
À imaginação
Mas não à minha
Que encontro
Antrofagicamente nas palavras
Uma forma de a encher com a minha imensidão
De
Uma página em branco
Um beijo seria o suficiente
Para dar corpo a vários livros
Imaginem pois o resto
Imaginem aquilo que consigo
N’
Uma página em branco
Objecto de imenso desejo
De certa ostentação
Embalo de um ego
Que se sustenta a si próprio
Quando falta dos outros
A devida atenção
E por isso
Uma página em branco
É aquela coisa
Que tenho sempre que fazer
Uma espécie de oração
Que a paginas tantas
Não me posso esquecer
De exercer
Na lógica de que
Uma página em branco
Será sempre apenas um número
Na minha vida de contas
Às quantas eu fiz
Para não merecer perdão
E sempre a devida distância
Pois pode estar um Universo entre nós
Que até parece
Que as pessoas
Me dão a tal importância
De me encarcerar em silêncios
Em mutismos
Através dos quais
Esperam que eu apanhe juízo
Mas Eu sou Eu
Até as estrelas morrerem
Eu sou Eu
Pois sou dessa massa crítica
Que parece ser aquilo realmente
Que as pessoas querem
em mais esta
Página em branco