Aquele beijo

“Aquele beijo”

Você me pergunta se sou capaz de beijá-la?

Eu lhe respondo fazendo o que mais gosto

De olhos fechados me aproximo de seus cheiros

E dos cabelos emaranhados aos meus me acerco

Minha boca apenas tateia seus lábios

E se delicia em passar uma película de carinho

Película essa que causa arrepios em nós

E que une nossas salivas e línguas

Em um uníssono procurar de encaixes

E de tanto zanzar em céus e dentes

Se encontram no abraço que nos enlaça

E nos amassa com pressão ininterrupta

O beijo não cessa aí

Ele somente tem uma pausa, de respirar

E fundo, bem fundo mesmo, suspiramos

E novamente, as mãos se ajuntam no rosto

Como se nem pensamento pudesse escapar

Desse momento eterno e molhado

E numa sucessiva conexão de toques

Beijo-a, beijo-a, beijo-a

Não são três e nem mil

É um só que se perpetua

E recomeçamos ardendo mais e mais

E seus dedos invadem minha boca

Como se mais dos nossos corpos pudessem

Participar do festim apaixonado

O beijo prossegue inenarrável agora

Sem tempo, sem começo ou fim

Nunca mais me pergunte do que sou capaz

Pois o amor que tenho –como meus beijos-

Não cabe em mim.

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 20/03/2008
Código do texto: T909242
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.