Num viajar de cacilheiro

Num viajar de cacilheiro,

Revendo lembranças no Tejo,

Lembro um abraço primeiro,

Seguido de eterno beijo.

Como despedida a Lisboa,

Revejo Belém aos Olivais,

Cheirando Alfama e Madragoa,

Marvila que amo demais.

Bairros da minha Lisboa,

Perdoai-me os outros mais,

Onde passei infância boa,

Criança que serei jamais.

Fadistas que não esquecerei,

Noites que nunca esqueci,

Fados que não cantei,

Noites que muito bebi.

Corpos quentes á toa,

Amantes esquecidos de gente,

Achados nalguma tasca de Lisboa,

Eu vos lembro eternamente.

Neste adeus tão dolente,

Á minha querida Lisboa,

Neste coração que sente,

Comigo vai gente boa.

Autoria: A. Manuel de Campos

Alberto M de Campos
Enviado por Alberto M de Campos em 20/03/2008
Reeditado em 29/10/2008
Código do texto: T908826
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