UMA LÁGRIMA NA CHUVA
A quem gostava que gostasse de mim (atenção as ilusões enganam…)
UMA LÁGRIMA NA CHUVA
Uma gota de mim
Caiu no infinito vazio
Daquilo que agora és
Que me devolveu a memória de tempos quentes
E de uma realidade com frio
Uma lágrima na chuva
Promessas de muita coisa
Que o tempo
Com ele levou
Sendo que no teu
Lugar ficou
Uma lágrima na chuva
Porque chove em mim
E eu sempre tive o meu calcanhar de Aquiles
Na despedida
Guerreiro genético Invencível
Que é incapaz de chorar
Por uma pessoa querida
Não que não queira chorar
Era com isso
Capaz
De encher
Até o mar
Que nos separa
E que um dia nos aproximou
Pois de descobridor
Transformei-me num Velho do Restelo
Que de tudo duvida
De tudo duvidou
Até da proeza incrível
De descobrir a Tua Terra
E de nela proliferar
Vivo agora no Futuro
E não no passado
Onde tudo pode acontecer
Depende da nossa imaginação
Pois a ciência da tecnologia
A magia de um computador
Faz correr pela minha face
Um pingo de silício
E não de uma lágrima
As nuvens
São pois ácidas
E amargo o meu coração
Embora a fé seja a mesma
Que a dedico
A quem
Realmente
Me dê
A sua atenção
Porque continuo a destilar
Quantidades cibernéticas
Mas bem humanas de ternura
Embora isso me sirva tanto
Como
Uma lágrima na chuva