A escolha de um Anjo

Um Anjo no mundo moderno,

Nessas nuvens de concretos

Pesado e Carregado...

Ventos tão secos de Inverno

Ágil... Selado...

As asas de madeira Brasil,

Com uma veste rastejante

Que à pouco fora um Anjo viril,

Uma lembrança tão fiel

Neste momento assim, quase Cruel!

Devastando a solidão

Caminhando 'sozinho',

Clamando em solo concreto de uma nação

Dia-a-dia sem respirar...

E caído / Sorrindo

Arruinado / Felizardo

Dolorido / Escolhido

Optado! / Opção!

Por ela,

Optou a dor de Amar uma flor

De Pensar, de Gritar,

De Amá-la com tanto Vigor!

Eis a escolha de um Anjo

Por Amar um ‘beija-flor’

Deixou de ser arcanjo

E passou a ser o mínimo ‘louvor’!

Flor do arranjo,

Vida sem ardor,

Flor da Vida digna do Amor!

De Anjo, resta a Pureza,

Arcanjo fiel e zelado, do Amor lírico,

De Homem, jaz a beleza,

Marmanjo leal e amado, suspiros poéticos, mui zelados!

Rei da Lua e Réu do Mundo!

/apesar de homem

Rei do Mar, e nos montes o cume!

/apesar de Anjo

Rei do Amor!

/apesar de arcanjo

Rei de mim!

/apesar de lobisomem

Rei de kripton!

/apesar de herói (Super-Homem)

Rei de Reis!

/apesar de servo do mundo

/apesar de viver de tudo

/apesar de não ser...

Não ser nada,

Apenas quase Anjo-homem, quase Homem-arcanjo!

Eis, meus senhores, a escolha de um Anjo,

Por Amar um ‘beija-flor’,

Deixou de ser arcanjo

E passou a ser o mínimo ‘louvor’

Flor do arranjo,

Vida sem ardor,

Flor da Vida digna do Amor!