sede

um

menina do curto vestido

que mostra a coxa aveludada

da cor de mel que o tecido

esconde pra ser cobiçada

menina do ventre peludo

e alto que eu adivinho

me engasgo com língua e tudo

no meio daquele matinho

menina do seio arfante

que exuberante enlouquece

a mente do homem senil

que o seio o faz delirante

pois penso que eu estivesse

diante de um belo cantil

dois

- você não pode dizer o que disse

- digo e repito: você não vale a água que bebe!

- e você? você bebe a água que vale?

- sim, bebo, porque de você me alimento!

Rio, 06/12/2006