Para viver uma nova vida

Feriu-me a vida,

Machucaram-me os dias quentes de sol

Sangraram-me as noites frescas piscadas de luz,

Tenho hoje na alma cicatrizes profundas marcando a carne.

Convaleço-me das chagas que o tempo imprimiu

Deixando a vida passar a relento acariciando-me a alma,

A paz visita-me dormindo ao meu lado em meu leito

Trazendo a tranquilidade como companheira fiel.

A solidão é um remédio amargo que amortece a dor.

Abro as portas de meu coração para o destino

Fazendo espaço para o devir e o dever ser,

Escancaro a mente para o infinito desconhecido

Que os dias e noites de deleite me trarão em presente.

Assim viverei a vida, assim domarei a alma

Que incerta e fugaz, porém limpa e verdadeira

Dar-me-a a chance de passar a limpo o rascunho mal escrito

Dos capítulos finais desse livro sem prólogo e sem índice.

Chegou-me a paz dos dias de calmaria da alma

Bateu-me o sono suave de uma noite fresca de outono

Aliviou-me a brisa quente e suave da tranquilidade.

Soberba senhora vida que o espírito reluz na alma

Seja bem vinda novamente aos meus caminhos sem fim,

Majestosa morte que espreita-me de longe nos becos

Rechaço-te de mim e faço em meus lábio o sorriso morar.

Tenho várias vezes vinte anos, que me trazem várias vezes a adolescência,

Viverei quantas forem necessário.