Vestida para matar

“Vestida para matar”

Coloquei uma roupa nova

Meu banho foi demorado

Vou sair para encontrá-lo

Perfume de esperanças, prova

O porteiro gira o pescoço

Meus colegas - o que houve- perguntam

O dia demora a passar, torço

E as luzes todas - para mim- brilham

No almoço, mamãe diz, o que há?

Cantarolo baixinho umas prosas

Sorrisinho maroto não consigo tirar

Comidas estão deliciosas

Vou estudando, me exercitando

Meus suores vão passando

E ele não chega nessa

E o dia finda com a promessa

É noite tranqüila e ao longe um som

Diz-me que é ele que vem

Tudo já se foi, tudo bem

Eu sinto que vai ser bom

O vestidinho está amarrotado, sim

Preparo-me mesmo assim

Estou vestida para matar

Mas do que me adianta desse jeito ficar?

Se já sucumbi antes de vê-lo?

Ao seu olhar que me desnuda

Eu não sei com que roupa tê-lo

Pois se quando o encontro, fico muda.

E amo-o em pêlo.

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 16/03/2008
Código do texto: T903091
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.