Olhos

Pela manhã sou vida, a noite esquecida

Na lúgubre escuridão, para comer não mastigo

Livro-te sempre do perigo que pode acontecer

Posso enxergar a distância, mas quando perto fica

Mais fácil de ver, às vezes preciso de dois cristais

Ovais pendurados em hastes para não te perder.

Não tenho o poder de enxergar o abstrato, mas

Busco nos mistérios das coisas o que mais

Preciso para um filme fazer, tua memória

Preencho de prazer e às vezes também de tristeza

Que muitas vezes não fizeste por merecer

Minha vida está ligada a própria vida, por isto

Nas despedidas ponho-me a lacrimejar, visão

De olhos coloridos, tempo perdido não dá pra ver...

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 16/03/2008
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