Olhos
Pela manhã sou vida, a noite esquecida
Na lúgubre escuridão, para comer não mastigo
Livro-te sempre do perigo que pode acontecer
Posso enxergar a distância, mas quando perto fica
Mais fácil de ver, às vezes preciso de dois cristais
Ovais pendurados em hastes para não te perder.
Não tenho o poder de enxergar o abstrato, mas
Busco nos mistérios das coisas o que mais
Preciso para um filme fazer, tua memória
Preencho de prazer e às vezes também de tristeza
Que muitas vezes não fizeste por merecer
Minha vida está ligada a própria vida, por isto
Nas despedidas ponho-me a lacrimejar, visão
De olhos coloridos, tempo perdido não dá pra ver...