COMO AS OUTRAS VEZES
O novo dia que surgiu, chegou
entregando-me uma vontade
de parar de gritar, de não
procurar por mais ninguém.
Sou uma voz que clama no deserto, não tenho encontrado
um jeito para poder alijar todo o
colorido dos jaezes que me enfeitam.
Tenho uma preocupante desconfiança que herdei com os meus dons circenses, que
não há interesse em saber quando estou triste, o porque que as lágrimas caem aparentemente sem razão de ser...
Por tudo isso, estou em vias de dizer para mim mesmo que chega,
para os outros não existem fórmulas, estou sempre sozinho.
Sou folha que desprende das
árvores anunciando o inverno, ou são coisas próprias da velhice, ou ainda, próprias de quem começa a atingir seu ápice...
E por falar em inverno, tenho sentido um frio a percorrer toda a
espinha, quiçá, por aguçar o pensamento que como outros invernos, não vou ter quem
me aqueça...