UM DESPERTAR
Sonho com tudo e nada,
sou a beira da estrada,
que se cruza em direções.
Durmo com vozes e silêncios,
sou meu grande erro,
que se bifurca em vários.
Apeteço as fomes e sedes,
sou a inanição exposta,
de quem se nega o consumo.
Desejo saciar-me brandamente,
sou desalojado de meus desvãos,
quero apetecer-me aos goles.
Acordo e percebo o mundo,
sou enviesado ao relento,
que se amontoa lá fora.
Dedico meus óbitos futuros,
sou decadente e doente,
querendo ser mais do que não sou.
2.003