O MEU OLHAR

O que meus olhos te disseram, o orvalho confirmou;

E as gotas douradas que ao sol se misturaram, fizeram brinde;

Com a neve derretida, que da geleira se libertou;

Transbordando nosso cálice, desse vinho cujo sabor não se distingue!

O meu olhar, que aprendeu a enxergar, por intermédio de tua luz,

Vendeu seu título de liberdade, pelo ouro dos teus palácios;

E como um cego por opção, viu mundos, em teu sorrir que o conduz;

E palmilhou dimensões de paz, ao semear amor em teus pedaços!

Olhar que refletiu um céu de estrelas, quando te viu;

Que se perdeu, nos labirintos de teu vasto fascínio;

Que nas lágrimas de sua gratidão, por ti sorriu;

E pôs-se a lavrar sonetos em teus beijos, qual poeta exímio!

Todas as declarações do meu olhar, constróem a tua imagem;

Porque o mundo é tenebroso, quando visto sem teu vulto;

O meu olhar verte sangue azul, desde que adentrou tua linhagem;

que nas poucas horas sem te ver, se torna olhar de luto!

Ele te procura nas encostas das montanhas, e na foz dos rios;

E se faz bem vindo invasor, a colorir os teus mistérios;

Que no teu corpo, assiste como ator aos romances de teus delírios;

Olhar que quando não te acha, é mudo, surdo e cego!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/03/2008
Reeditado em 16/03/2008
Código do texto: T900561
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.