O MEU OLHAR
O que meus olhos te disseram, o orvalho confirmou;
E as gotas douradas que ao sol se misturaram, fizeram brinde;
Com a neve derretida, que da geleira se libertou;
Transbordando nosso cálice, desse vinho cujo sabor não se distingue!
O meu olhar, que aprendeu a enxergar, por intermédio de tua luz,
Vendeu seu título de liberdade, pelo ouro dos teus palácios;
E como um cego por opção, viu mundos, em teu sorrir que o conduz;
E palmilhou dimensões de paz, ao semear amor em teus pedaços!
Olhar que refletiu um céu de estrelas, quando te viu;
Que se perdeu, nos labirintos de teu vasto fascínio;
Que nas lágrimas de sua gratidão, por ti sorriu;
E pôs-se a lavrar sonetos em teus beijos, qual poeta exímio!
Todas as declarações do meu olhar, constróem a tua imagem;
Porque o mundo é tenebroso, quando visto sem teu vulto;
O meu olhar verte sangue azul, desde que adentrou tua linhagem;
que nas poucas horas sem te ver, se torna olhar de luto!
Ele te procura nas encostas das montanhas, e na foz dos rios;
E se faz bem vindo invasor, a colorir os teus mistérios;
Que no teu corpo, assiste como ator aos romances de teus delírios;
Olhar que quando não te acha, é mudo, surdo e cego!!